Já foi provado que a beleza é mais delicada e tímida que olhos azuis e cabelos loiros. O que a moda vem testando durante vários anos são harmonias diferentes e 'shapes' mais alternativos à prova de que essa beleza feminina pode estar presente nos mais improváveis tipos, etnias e raças. Sejam elas negras, japonesas, com rosto redondo ou alongado, sobrancelhas grossas, boca carnuda, dentes separados, ombros largos, todas essas características podem ser claramente destacadas em vários grandes nomes da moda, atestando que a industria se importa com um olhar mais exótico, mais poético, propriamente interpretado, de um rosto feminino e não necessariamente com uma beleza exata e perfeita de campanha da AVON. Quando vemos a androgenia e o exótico dominar as capas das revistas escutamos uma recusa - daquela maioria dependente e escrava da beleza Hollywoodiana - à rostos mais extremos, mais fortes e diferentes como o de Lara Stone, Lea T e Freja Beha.
Isso só prova que as pessoas ainda não entenderam ou não se prepararam para consumir a arte que é a moda, e que o vestuário faz parte do processo de criação de estilistas, fotógrafos e artistas que querem transmitir um conceito, uma ideia de mundo onde o pensamento e a estética colorem os vestidos e as calças - suas obras - a cada temporada do ano. Nota-se uma certa ignorância e um torcer de nariz para essa leitura de moda, muitos não querem entender e preferem rejeitar essa definição, continuam odiando e ponto. Anna Wintour definiu bem essa aversão em uma declaração que fez ao documentário "The September Issue (2009)":
- Acho que, no geral, ver que as pessoas temem a moda... É porque as assusta, ou as fazem se sentirem inseguras... Então a rejeitam. No geral, as pessoas que dizem coisas degradantes sobre o nosso mundo... Acredito que é porque de alguma maneira... Se sentem excluídos do grupo da moda. E em conseqüência, a desmoralizam. Só porque você gosta de usar um lindo vestido Carolina Herrera, ou um, não sei... Um jeans J Brand... Em vez de algo básico da K-Mart... Não significa que você seja um tolo. A moda é algo que pode deixar as pessoas bastante nervosas.
Em defesa a essa moda, a essa arte tão especial e pela paixão por boas modelos e belezas originais, que a nossa musa de novembro é Freja Beha Erichsen. Considerada uma jovem andrógena no mundo da moda, ela conquista a atenção de todos com grandes campanhas e um desempenho exemplar seja qual for o seguimento em que atua. Boas fotos, boa passarela, bons ensaios fotográficos.
Como podia dar errado? Atitude somada à um bom rosto e talento natural. Freja nasceu para ser modelo, aos 12 anos ela já media 1,75m de altura e logo mais aos 17 foi descoberta por um agente que passava de táxi e a viu andando pela rua. A Dinamarquesa, tem 25 anos e ainda mantém um jeito moleca, seu estilo é mais despojado e não tão poser ou feminino, ela preserva um rostinho de menininha inocente mas ao mesmo tempo se revela uma potência na hora de um photoshoot, entregando sempre os melhores ângulos e cliques fortes. Em 2004 ela assinou seu primeiro contrato com a agência IMG.
Mas foi somente em 2005 que ela estreou como modelo nas passarelas da Miu Miu. E naquele frio em especial ela percebeu que as coisas não seriam mais as mesmas e em seguida chegou aos desfiles da Louis Vuitton e Prada. No mesmo ano, Freja estrelou uma campanha para Jil Sander que revelou ao mundo seu talento em frente as lentes. E quem diria que aquela desengonçada garotinha iria conquistar tanto, a elegância para Roberto Cavalli, o perfume para Gucci, e até a nudez para Tom Ford.
E cair nas graças de Karl Lagerfeld definitivamente não estavam nos planos da vida de Freja. O estilista já chegou a declarar que entre tantas outras, Freja é uma das melhores modelos do mundo, porque se destaca com sua pluralidade e poder de diversificar perante os desafios. Os dois já estiveram juntos em eventos e festas pelo mundo e é claro trabalham muito juntos, em campanhas e desfiles da Chanel e até em um vídeo fashion que Karl dirigiu, "The Tale of a Fairy (2011)".
Como prova de sua estranheza agradável, ela posou nua para as lentes desafiadoras dos fotógrafos Inez Van Lamsweerde e Vinoodh Matadin num ensaio para revista Purple. O ensaio propunha exatamente mostrar a verdadeira essência da beleza de moda e desafiar os ideais estereotipados da beleza feminina.
Uma curiosidade sobre nossa musa é que ela inspirou vários estilistas em suas criações e por isso teve seu nome usado em milhares de acessórios e até coleções de moda, como a bota Alexander Wang e a Clutch que levam seu nome.
Você acaba de ler e ver os óbvios argumentos à favor dessa musa, entre personalidade forte e belas fotos, a menina trabalha muito bem e realmente se destaca hoje no mercado. Ela é descolada, livre, simpática e tem um estilo muito legal com uma pegada mais rock e despreocupada. Freja Beha é a musa de Novembro porque ela pode ser toda mulher que quiser, mas nenhuma pode ser igual a ela.
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