O QUE ESPERAR: NOVA ADAPTAÇÃO DE EMMA, DE JANE AUSTEN


Por Matheus Bragansa 


A nova adaptação cinematográfica de "Emma", um clássico da autora Jane Austen, será lançada no primeiro semestre de 2020. Sob a sombra da última produção (Douglas McGrath, 1986), a comédia dramática parece buscar a superação do estigma de novelinha adolescente: o trailer mostra um mundo mais sóbrio e o semblante de Emma (Anya Taylor-Joy, de Peaky Blinders) possui algo de assustado, expressão mais inerente ao filme que ao livro. 


A chave para captar Emma (narrativa que foge das tramas comuns à Austen) é buscar uma percepção de vida entre os personagens estereotipados da "high society" do período regenciano. Não se trata de uma protagonista perfeita ou classuda, nos moldes das narrativas clássicas. No topo de seu aparente egocentrismo, a personagem é meio tosca, faz burrada, se ferra e ferra seus "amigos".

O filme é dirigido pela fotógrafa de moda Autumn de Wilde. É a primeira direção da americana.
Num encadeamento de cenas e momentos, o livro não possui uma grande trama, mas várias cenas em sequência da vida cotidiana de jovens da alta sociedade inglesa do século XIX. A adaptação do livro evidencia a atemporalidade da trama, que vira e mexe é aludida em obras contemporâneas, tal como "As Patricinhas de Beverly Hills" (1995), uma ressignificação da juventude abastada do século XIX para o berço de ouro americano nas portas do novo milênio.

Anya Taylor-Joy contracena com Callum Turner, Josh O'Connor, Bill Nighy, Mia Goth, entre outros.
Mas um filme, mesmo uma adaptação literária, possui linguagem própria e "modus operandi" único. Se é essencial ao romance dizer com palavras, o cinema diz com imagens em movimento. Uma nova linguagem é uma nova narrativa, um novo discurso, uma nova percepção de vida e uma nova atmosfera. O que teremos em fevereiro de 2020 então, é uma nova Emma. E nós, viciados em imagem, estamos deslumbrados perante a beleza anacrônica e luxuosa desse mundo extinto.

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