Isaac Mizrahi já se firmou como um nome forte da moda norte americana. O estilista conceituadíssimo, amado pelas modelos e pelas revistas de moda; é super criativo, e talvez por isso tenha sido escolhido para ser jurado do reality Project Runway All Stars; e tem uma vida tão excêntrica e fora do comum que precisou ser mostrada em um documentário.
O filme "Abrindo o Zíper (1995)" [Unzipped em inglês] mostra o estressante dia-a-dia de um estilista. É tudo tão interessante nesse documentário, a forma como você se sente presente no quarto, na passarela, no atêlie de Issac; a impressão que dá, é que você está realmente em todos os momentos e lugares onde o filme se passa e sente que pode intervir com um comentário ou uma idéia quando as coisas começam a dar errado. O documentário acompanha o estilista exatamente após o fim de seu último desfile. No fracasso. Calmo e granuladamente, o filme em preto e branco te deixa observar o processo de criação desse artista, seus desenhos, suas manias e até os filmes que diretamente influenciaram ele na vida. Os amigos influentes e as viagens à Paris. É ótimo poder conhecer Issac e perceber a dramaticidade (drama queen) do estilista, o quanto ele sofre com pequenas coisas e o quanto sua estética é forte para sobreviver a opinião do povo e até de seus entes mais queridos. Um perfil forte de uma personalidade ímpar. Isaac Mizrahi é tudo que muita gente imagina que o mundo da moda é, e que só esse filme pode provar a verdade.
Enquanto ele cria sua próxima coleção de Outno/Inverno no ano de 1994 é legal também notar como tudo parece ser muito antigo, independente do B&W - que as vezes corre para o colorido para mostrar a alegria das peças de Issac - o comportamento das pessoas, as referências, o jeito de falar, a vida no geral é bastante diferente. Até as modelos são diferentes: Naomi Campbell, Cindy Crawford, Kate Moss, Linda Evangelista (que você descobre ser uma insuportável chatinha) e até Carla Bruni pareciam ali bastante acessíveis, pequenas, longe de se tornarem o mito que são hoje, apesar de naquele ano já serem grandes modelos. Enquanto ninguém poderia imaginar que uma modelete daquelas viria se tornar a primeira dama da França. Um universo totalmente diferente, com um comportamento característico, um mundo sem a sombra de Gisele, que mudou a estética e o esteriótipo de modelos, que na época ainda eram chamadas de manequim.
Todo sofrimento e toda correria que caracterizam essa indústria culminam no show final. A obra. Um lendário desfile cheio de estrelas na passarela e na platéia, como um jovem e magro André Leon Talley. Num tempo que a fila A não parecia tão importante e menos cheia de celebridades, entenda mais aqui. Um desfile arrojado e audaz para a época que polemizou e eternizou a marca Mizrahi como um marco da história da moda.
A fragilidade e intimidade de Issac só poderiam na época ser tão devidamente expostas por seu namorado - hoje já ex - Douglas Keeve, conhecido diretor de documentários. Dividido em capítulos, o filme também mostra ser um bom retrato de Nova York, dos personagens de rua, dos ícones do cinema, da imprensa, do desejável. Um material sensível e bem dirigido por Douglas.
O filme está disponível no incrível e viciante serviço Netflix, que para quem ainda não sabe, é uma locadora online com milhões de títulos nacionais e internacionais. Se você ainda não tiver uma conta procure o filme em outro lugar, mas se você já for cliente Netflix é só clicar aqui e assistir.
Veja o trailer:
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