Começou na terça-feira dia 26 de fevereiro a Paris Fashion Week, a tão comentada #PFW. Um dos eventos mais importantes da moda reúne as mais famosas marcas do mundo num só lugar, Paris. Passaram na passarela tudo que uma pessoa fashionista ama e tudo que um dia chegará na moda das ruas. Pois simplesmente o que se vê de trend nessa 'semana' é o que um dia todo mundo vai usar; gostando ou não de moda, só porque a #PFW [say so] disse que era assim que as pessoas deveriam se vestir. Etiquetas como Givenchy, Valentino, Alexander McQueen e outras, disseram sim para a estrutura, para o feminino, para a textura, para o elegante, para o rico, para o fashion.
Muito difícil escolher o preferido, é tão mais fácil amar todos. Mas vamos aos destaques mais exóticos e femininos do evento.
Alexander McQueen trouxe exuberância novamente, muita riqueza nos detalhes e poder nas estruturas. Um luxo pomposo nos tecidos e nas texturas, um estilo monarca moderno de descer a passarela. Muito metal, pérolas, organza, renda e plumas. Cores leves como o marfim e o creme deram um bom contraste com o preto e o dourado em alguns looks. Uma visão quase eclesiástica, celestial e imperial da estilista Sarah Burton quando trouxe a inspiração das 'vestes cardeais' para 10, míseros e concentrados 10 looks. Ela é conhecida como a profissional mais rápida da moda, por conseguir levar um tema complicado para roupas tão requintadas e ricas em muito pouco tempo. Para essa temporada Sarah chegou a considerar não fazer um desfile grande e aberto para imprensa, por que ela acabou de ter gêmeos e assim como toda mãe, ela desejou passar um tempo maior com os filhos, mas de alguma forma inacreditável, quase heróica, ela conseguiu fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Entre outras peças e detalhes, um destaque mais do que merecido para a '1/2(meia) luva', que promete ser o acessório mais comentado de todos. McQueen começa o desfile com um culto aos vestidos de Comunhão, passa para looks inspirados na Guarda Suíça e finaliza com um look branco e ouro inspirado na Virgem Maria que faz referência tanto para Elizabeth I quanto para figuras religiosas. Aleluia!
Lanvin não podia ser mais Lanvin. Alber Elbaz consegue fazer o impossível acontecer, misturar a visão artística da moda com o charme comercial para encantar todos os olhos. Uma excelência em construção estilística, linda modelagem e técnica de costura impecáveis que agradam aos críticos e fashionistas; e um charme de 'pronto para usar' com uma pitada de feminilidade que encanta o público. O comprimento da temporada #PFW é o de 'senhora', comportadas saias e vestidos na altura do joelho. E assim também veio Lanvin com vestidos lindíssimos e românticos em preto, marfim e safira. Como em outros desfiles da temporada, a lã apareceu tricotada em algumas peças e promete ser o próximo trend. Mas também teve renda, organza, seda, cetim, napa e até cristais Swarovski nos sapatos. A forma parece ser totalmente revisitada, silhuetas clássicas vem com um ar mais contemporâneo e confortável. O bustier confirma seu retorno e aparece também nessa etiqueta, se provando uma peça versátil e coringa de qualquer guarda-roupa, já que ela passeia entre verão e inverno com facilidade. Algumas estampas apareceram; borboletas, besouros e rosas coloriram algumas calças slim em cetim e alguns vestidos decotados com saia godê. Veja o desfile aqui.
Intimidade e desejo traduzem a coleção Outono/Inverno 2013 da Valentino, segundo os estilistas responsáveis pela marca. Maria Grazia Chiuri e Piccioli Pierpaolo quiseram capturar o momento mais íntimo da mulher e suas fases mais particulares, com o toque provocante que só as mulheres têm. Logo vem à mente a lingerie, mas os estilistas fogem disso primeiramente e mostram esse desejo por mais incrivel que pareça atráves da silhueta de vestidos com mangas compridas, gola alta, e saia longa. Veludo, peles e renda foram os materiais que carregaram o conceito da coleção. A estampa bebeu do pattern da tapeçaria perça e das porcelanas Delft para criar todo romantismo mais íntimo das mulheres, a feminilidade de flores e arabescos também estavam presentes na modelagem. Um visual definitivo e específico, feito exatamente para um estilo. Você reconhece qual é esse tipo de mulher, e pode até imaginar qual atriz ou celebridade irá usar um desses looks em algum Red Carpet do futuro. Os estilistas deixam bem claro que a inspíração foi moldada em volta de grandes artistas holandeses. Mais especificamente nos primeiros vestidos, assinatura da marca, que de alguma forma destacaram a parte de cima do corpo da mulher, principalmente o rosto; colarinhos brancos feitos em couro requintado e bordados com renda; batas elegantíssimas pendiam dos ombros em linhas charmosas e estruturadas e verdadeiramente lisonjeiras as linhas do corpo e não vulgar; um vestido com cara de rainha de desenho animado foi um dos pontos dramáticos da passarela com um lindo contraste entre o marfim e o vermelho. Um verdadeiro relato feminino à mulher de verdade, à mulher Valentino. Veja o desfile aqui.
Riccardo Tisci mergulhou de cabeça no mundo cigano e trouxe o despojado das ruas para o elegante brand da marca Givenchy, de uma maneira que só ele em anos de moda conseguiu fazer com uma boa resposta de mercado e crítica. Afinal, quem não se lembra da estampa rottweiler que Riccardo lançou? Pois bem. Esqueçam o feroz e se contentem com o encantador e emblemático Bambi. Nessa temporada Tisci brincou com desenhos e símbolismos fortes da rua, do cigano, misturados aos requintes e sensualismos que uma boa modelagem e um bom corte podem proporcionar. O desfile começa com uma referência direta ao corpo feminino atráves de camisolas em renda preta transparentes, com a sobreposição de um camisão/agasalho divertido do veado da Disney que foi unicornizado e estampado junto à uma pintura, ao que parece, clássica barroca. Isso foi mais ou menos o que guiou toda a coleção: Arte contemporânea, barroca e os ciganos. E quem diria que isso poderia combinar tão bem!? Saias longas, abertas com babados lembram diretamente a veste das misteriosas ciganas espanholas cheias de movimento. Apareceram também a arte pop, moderna tanto nas estampas quanto aos cortes e formas da coleção, as jaquetas de motoqueiro, o xadrez, o couro, as saias secas e justas, os zíperes aparentes. Tudo isso temperado com a leveza das cores e das curvas do barroco; as rosas, os arabescos, a renda, o delicado. Ao final blusinhas charmosas cravejadas com brilhantes em cima de saias caneladas e por último e certamente não menos importante eis que surge Natalia Vodianova, deslumbrante com suas pernas longas e precisas a cada passo na passarela. A estranha mistura de graciosidade, agressividade e gentileza já transformaram essa coleção em um caso clássico da moda. Veja o desfile aqui.
Balmain pelas mãos de Olivier Rousteing foi nessa temporada o responsável pela sátira referencial fashion aos anos 80 da maneira mais exuberante possível. Os ombros são fortes, quadrados, chega a ser retrô; a cintura é fina, quadris pesados e drapeados, envoltos por saias bolha e calças saruel. Enquanto as pernas são destacadas em calças justas de camurça, os ornamentos dos acessórios e a preciosidade dos tecidos só vem a somar no exagero delicioso e compulsivo que foi a passarela da Balmain. Fácil gostar de tudo pela identificação, não houve nenhuma revolução fashion. Nada de novo. Todas as peças parecem ter saído direto de uma sitcom qualquer dos anos oitenta. Seda, couro metalizado, cetim, pedras preciosas e tafetá em laminados planos e efeitos de brilho matelassê com o lurex. Desde o renascimento da etiqueta sob o comando de Christophe Decarnin, em 2006, a Balmain está longe de ser simples e sempre apresentou muita riqueza e pompa em seus desfiles, mas sob as novas rédeas de Olivier, que assumiu desde 2012, a etiqueta não só tenta manter a chama viva, como luta para continuar ostentando looks característicos que fizeram a marca resurgir. 'Mais é mais' tem sido o lema da casa e parece que continua agradando. Veja o desfile aqui.
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