Os famosos fotógrafos Inez Van Lamsweerde e Vinoodh Matadin começaram a trabalhar juntos em 1986, em Amsterdã e hoje, quase trinta anos depois eles são conhecidos como dois dos mais fortes nomes da área. Ambos nascidos em Amsterdã, a dupla começou a trabalhar junto em 1986, quando Vinoodh apresentou sua primeira coleção de trabalho para a grife de moda Lawina, que estava precisando de fotos para imprensa e fotografias para alguns convites. Em 1992 surgiu a ideia de combinar seus esforços e concentrar-se inteiramente em fotografia. A carreira internacional veio somente em 1994 quando a revista The Face publicou em sua edição um ensaio de dez páginas, foi aqui que pela primeira vez eles registraram modelos num fundo, que foram fotografados separadamente e depois foram dispostos juntos num mesmo frame através da manipulação por computador.
Com campanhas para grifes como YSL, Chanel, Balmain, Valentino, Gucci, Louis Vuitton e outras, mais publicações recorrentes em revistas como a W, Vogue e o The New York Times eles estão entre os fotógrafos mais importantes e requisitados do mundo da moda e entre poucos artistas que cruzaram a linha entre moda e arte conseguindo manter carreiras em ambos os campos.
Do ponto de vista de que a moda é um reflexo direto do nosso tempo, Inez e Vinoodh se aproximam primeiro do ângulo sociológico e psicológico ao invés de puramente estético. Suas obras funcionam como espelhos que refletem idéias estabelecidas sobre beleza, status social e conceitos de mídia e distorcem ao final toda essa 'realidade' brincando com elementos bizarros, chocantes, anatômicos e fantásticos de um mundo moderno, usando a manipulação de imagens pelo computador que permitem a eles criarem esse olhar torto e simples sobre as coisas, principalmente a moda.
A maioria das fotos em preto e branco preserva a origem da fotografia, dentro do conceito de simplicidade, que se tornou uma característica da dupla. Mesmo em ensaios grandes, é raro o uso de cor e muitos elementos de cena, pois o que realmente se torna material para esses dois são as pessoas, o retrato cru a olho nu, ás vezes um trabalho de maquiagem ou um look mais abusado dá conta de toda a força que o clique precisa. Interessante também é a preocupação com a textura que especialmente Vinoodh tem com seu trabalho, a obsessão em dar significado à superfície, enquanto Inez ama a ambiguidade de sentimentos e elementos contrários que ela transforma em beleza, oscilando entre horror e beleza, o grotesco e o quieto, e o espiritual e o banal.
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