O GRANDE GATSBY E A PEQUENA DAISY

Um livro de 1925. Uma história escrita por F. Scott Fitzgerald. Uma grande obra da literatura americana. Adaptado para o cinema 5 vezes. A versão de 1974 é a mais famosa delas. Truman Capote chegou a roteirizar a história que foi descartada para versão de 74. Francis Ford Coppola conseguiu adicionar um pouco de mistério e violência na sua versão do roteiro e por isso teve o material escolhido. Dirigido por Jack Clayton. Dirigido por Baz Luhrmann. Estrelados por Mia farrow e Robert Redford. Estrelados por Carey Mulligan e Leonardo DiCaprio. Uma história de riqueza. Uma história de amor. Uma história de orgulho. Uma história sobre poder. Uma história. Um Grande Gatsby e uma pequena Daisy.

Com personagens riquíssimos de detalhes e personalidade, essa história focada na vida de Jay Gatsby pode e deve te intrigar em relação a outra personagem, Daisy Buchanan. Segundo o próprio autor, Daisy tem "a voz cheia de dinheiro". O quanto você deve prestar atenção nela? Ela é tão 'grande' quanto Gatsby?
Daisy Buchanan é uma mulher rica, muito rica, que vive de aparências, vestidos de chiffon, chapéus exuberantes, de sorrisos, gentilezas, chás, e uma felicidade inabalável. Apesar da pouca atenção que dá a filha pequena e desconfiar dos compromissos do marido, pode se dizer que ela é uma mulher realizada, tem tudo que quer e não tem receio de mostrar isso para quem quer que seja. Mas o seu passado esconde uma história de amor. Uma história clássica. Um amor impossível que não conseguiu sobreviver as realidades da vida, pois um garoto pobre jamais pode namorar uma menina rica, assim pensou Daisy. Mas o que poderia acontecer se Gatsby reaparecesse anos depois como um milionário excentrico e os dois se reencontrassem? A resposta nunca foi tão óbvia, as intrigas nunca foram tão bem interligadas quanto essa trama devoradora de Fitzgerald.
Em 1974 Mia Farrow era capa da revista People que contava no seu recheio com fotos exclusivas dos bastidores do filme e depoimentos inéditos dos atores e da produção. Segundo a revista, Mia não era a primeira opção para interpretar a dama Daisy, mas conseguiu o papel por ter características perfeitas e de fácil reconhecimento. Só podia ser ela. "O momento em que a vi no teste eu sabia que ela era mais como Daisy Buchanan que as outras atrizes." disse o diretor Jack Clayton. Um rostinho doce, meigo, inocente que jamais pudesse despertar no público alguma desconfiança. Mia cobriu Daisy com sua máscara, dando uma ambiguidade ao papel que no livro não existia. A análise fica mais interessante quando pegamos a capa da Vogue americana de Maio desse ano e vemos Carey Mulligan estampada e radiante. Dessa vez, a revista Vogue conta que o diretor dessa nova adaptação,  Baz Luhrmann, fez teste com várias atrizes incluindo Scarlett Johansson, Michelle Williams, Blake Lively, Keira Knightley, e Natalie Portman e explica:

  • "Por causa do Leonardo DiCaprio, Daisy se tornou um papel muito desejado. O conceito de Daisy Buchanan é particular para cada pessoa, cada um tem uma idéia dela em mente. É como Scarlett O'Hara, eu penso que ela foi essa criança preciosa desde pequena, uma estrela por toda a vida, e essa é a verdade sobre Daisy. Ela é uma espécie de estrela social; ela é tão atraente e deslumbrante, e ela faz você se sentir a única pessoa do mundo que a interessa."

A audição de Carey foi a última do dia e logo após o fim, Baz e Leonardo ficaram convencidos de que a Daisy precisava ser uma flor rara, uma beleza nunca vista antes, com encantos diferentes das mulheres que Gatsby havia conhecido, a ponto de ele querer estar sempre ao lado dela a todo custo. E Carey tinha tudo isso. Assim como Mia mostrou em 1974. É muito interessante ver as semelhanças entre as duas atrizes e ver  como mesmo em épocas distintas as duas carregam características semelhantes na atuação.
Os figurinos do filme de 74 são um deslumbre, a figurinista Theoni V. Aldredge ganhou um Oscar em 75 pelo 'Melhor Figurino' daquele ano. Muitos tons pastéis ressaltavam a personalidade de Daisy, rosa, azul, lilás e muito amarelo nos vestidos soltinhos da época, esvoaçantes, delicados, rico em detalhes de bordados e aplicações de cristais, canutilhos e brilhantes. Mas temos que ressaltar as peças de cabeça, lindo o trabalho de bordados e criação dessas toucas que cobriam todo o cabelo com a charmosa franjinha de miçangas caindo na testa e cheia de movimento, deixando fugir apenas alguns caichinhos pelos lados. Toda vez que Daisy aparece a imagem fica levemente embassada e mais clara, esbranquissada, cheia de luz que reluz no rostinho pequeno de Mia Farrow. Um efeito de edição chamado 'Gaussian Blur' combinados com outro efeito chamado 'Diffuse Glow' que eram bastante comuns e usados nos filmes dos anos 70, e que nesse caso ajudou bastante dando mais vida e vibração aos figurinos de Theoni. Note nas fotos do filme que o figurino de Theoni é mais campestre, mais voltado para natureza, tanto nas cores quanto no estilo. Perceba a primavera no ar, o sol nos grandes chapeús decorados, somente em ocasiões mais festivas, Daisy aparece mais luxuosa. Essa Daisy é mais senhora.


A figurinista e mulher de Luhrmann, Catherine Martin, que ganhou um oscar pelo seu trabalho em "Moulin Rouge (2001)", teve a colaboração de Miuccia Prada para criar mais de 40 looks para essa versão de 2013, incluindo o vestido de festa 'escandaloso' que Carey usa no filme: um vestido cintilante com uma rede de anéis de metal prendendo pequenas gotas de cristais que despendem por todo o modelito, inspirado em um dos looks da coleção primavera/verão 2010 da Prada. Essa nova versão está menos literal quanto ao figurino, algumas idéias modernas e mais luxuosas foram adicionadas na receita para criar um guarda-roupa que conversasse mais com a história, um bom exemplo é o estilo de Gatsby, que na versão de 74 era bem colorido e extravagante, agora ele ainda continua eximiamente bem feita mas dá uma melhor noção de riqueza e poder. Nas fotos abaixo dá para perceber melhor esses detalhes,e também ver  o famoso carro amarelo. Note que o figurino dessa versão de 2013 é mais solto, 'natural', e abusa mais de elementos como lenços para cabeça, cachecóis, babados nas saias, nas manguinhas, muita tiara. Essa Daisy é mais jovem:


O novo filme custou 150 milhõs de dólares; tem Jay-Z responsável pela trilha sonora, que incluem Florence and the Machine, Lana Del Rey, The XX, e Beyoncé cantando Amy Winehouse. Tobey Maguire interpreta Nick Carraway primo de Daisy, vizinho de Gatsby e narrador de toda a história; e o filme surpreendentemente terá cópias em 3D, a tecnologia foi apresentada a Baz Luhrmann por James Cameron durante o processo de produção de "Avatar (2009)", segundo o diretor a possibilidade de ver um ator se movimentar pelo quadro sem precisar usar planos para construir o drama é realmente inovadora, é o mais próximo do teatro que se pode chegar, "O verdadeiro efeito especial no filme pode ser a possibilidade de assistir alguns dos melhores atores do mundo fazendo uma cena dentro de uma suíte no Plaza Hotel. Isso pode ser encarado como um efeito visual nunca visto antes."
Ansiedade já está esperando e ficando nervosa para ver o grande Gatsby e a igualmente grande Daisy nos cinemas. O filme vai estrear nos Estados Unidos dia 10 de maio e no Brasil só dia 07 de junho. Veja o trailer do filme abaixo:

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