Anne Hathaway deu vida, entre outras, a Mia Thermopolis, Ella, Lureen Newsome, Andy Sachs, Jane Austen, Agent 99, Kym, White Queen, Maggie Murdock, Emma, Selina Kyle e mais recentemente a incomparável Fantine. E deu vida no sentido completo da palavra; interpretou com alma cada uma dessas personagens. Porque ela é boa atriz. Sim, mas isso a gente já sabe. Agora, a verdadeira Anne, você sabe quem é?
Março é o mês das mulheres, da semana santa. Não. Março é o mês que a gente, pelo menos aqui no Brasil, começa a entender que o ano iniciou e que está na hora de acordar, colocar os planos de final de ano para jogo. E ninguém melhor do ela para nos mostrar isso. Ela que corre atrás do que quer; que trabalhou para se firmar em sua profissão, que sofreu com relacionamentos mal sucedidos até encontrar o par certo. Ela que começou como a princesa de Genóvia e hoje é a melhor Fantine da história de "Les Miserables". Ela é a verdadeira Anne Hathaway.
A última vez que a vimos, sendo ela mesmo, Anne estava na festa pós-Oscar da revista Vanity Fair como a melhor atriz-coadjuvante do ano de 2012. Vestindo um Yves Saint Laurent azul com decote triangular prata, de salto alto Giuseppe Zanotti e posando para milhares de câmeras do mundo todo com uma estatueta de ouro nas mãos.
A princesa Mia (O diário da princesa - 2001) pode ter sido a personagem que a apresentou para o público; a sofrida Fantine (Os miseráveis - 2012) a que a consagrou. Mas, foi Andrea Sachs de "O diabo veste Prada - 2006" que transformou sua vida.
O filme foi uma adaptação do livro best-seller de Lauren Weisberger que trabalhou como assistente da todo-poderosa-amada-e-odiada editora da revista Vogue, Anna Wintour. Assim, qualquer semelhança de O DIABO VESTE PRADA com a realidade não é mera coincidência. Nesta história, Andrea Sachs é uma jovem recém-formada que conquista um emprego que deveria matar de inveja milhares de garotas: o de ser assistente de Miranda Priestly, reverenciada editora da revista Runway, a mais bem-sucedida revista de moda do momento. Logo ela percebe, porém, que o emprego pelo qual um milhão de meninas dariam a vida para ter, pode simplesmente acabar com a sua. De uma hora para outra, a jovem jornalista se vê em um escritório, trabalhando com o mais alto escalão da moda mundial e nem sequer sabia seus nomes. Ela logo percebe que, em lugar de escrever reportagens e editoriais de moda, seu trabalho na Runway será o de atender aos caprichos da chefe: Andrea precisa buscar as roupas de Miranda na lavanderia, ir à caça de baby-sitters para suas filhas, fazer seus trabalhos de escola. Fora a parte do manuscrito do Harry Potter, que é absurda. Miranda é a personificação do diabo para Andrea. Mas, para Anne Hathaway pode ter sido o seu anjo da guarda.
É que essa tal de Miranda Priestly foi interpretada por nada mais, nada menos que Meryl Streep. E foi através de sua bela atuação, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar, é que pudemos confirmar não só o quanto Meryl é generosa em seus trabalhos, mas, o quanto Hathaway tinha crescido; se transformado em uma mulher forte ao qual o mundo do cinema enxergou como a atriz mais promissora a conquistar a industria. Pelo seu carisma como pessoa, e pela sua dedicação como atriz.
Além disso, o filme foi responsável por outra transformação na vida da musa; a mudança no seu guarda roupa. O longa que passou por cima das críticas e surpreendeu muita gente por não ser um filme fútil que fala sobre moda, mostrou a todos que assistiram e principalmente àqueles que prestaram atenção aos discursos de Priestly, que a moda está presente na vida de todos. Mesmo aqueles que não queiram, ou não a acham importante, ela está lá. Do pijama que você veste ao moleton velho que você usa para ir a qualquer lugar. Por trás disso tudo, existe um trabalho que foi pensado e planejado por meses, talvez, até anos. E isso não é qualquer coisa. A moda não é qualquer coisa. Anne, prestou atenção e mudou de atitude. Apartir daí, e obviamente inspirada pelo belo guarda-roupa da própria personagem, que também foi indicado ao Oscar naquele ano na categoria de melhor figurino, ela passou a se interessar mais por moda; a se vestir BEM respeitando o seu estilo e conquistando por inúmeras vezes o posto de mais bem vestida dos red carpets.
"O estilo é na verdade, mais importante que a roupa. Porque esse, ninguém pode comprar" disse Anne em uma das entrevistas para divulgar o filme. Essa é a verdadeira Anne Hathaway. E é ela, não suas grandes personagens, que é a musa do mês de março. Mas, por tudo o que ela fez, errou, acertou, mudou de opinião, se arrependeu, aprendeu e transformou. Anne deveria ser a musa das nossas vidas. Ou pelo menos o exemplo a ser seguido, por nós, mulheres.
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