Cavalos elegantes no inverno 2015 de Vitor Dzenk


Depois de 23 temporadas desfilando no Rio de Janeiro, Victor Dzenk desfila pela primeira vez na semana de moda de São Paulo. E para mostrar certa renovação o estilista substituiu sua habitual mulher sensual, dando-a mais força e elegância. A coleção de inverno 2015 da marca é inspirada na beleza da raça de cavalo Mangalarga Marchador, e esse olhar percorre tanto a pelagem do animal e o porte - transportado aqui na alfaiataria - quanto diretamente na paleta de cor, desde o malhado do cavalo até a cor da poeira que sobe da terra quando o Mangalarga marcha. Victor apostou todas as fichas na textura do plissado e usou a técnica do plisse soleil em couro, que por fim inspirou a estamparia solar que simularia então uma tarde encantada no haras.





Uma mulher sensual na medida, apareceu velada e forte, sua saia mais que feminina veio no comprimento 7/8 super comportada, saias em camadas brincando com o grafismo de duas barras paralelas, uma lady rica e fashion que sabe ser misteriosa. Com elementos em couro tirados direto do vestuário da montaria tradicional, apareceu dos acessórios como os cintos até nos chapéus lindíssimos de aba reta que hora apareceu pendurado no torço da modelo, outra hora apareceu na cabeça. A força dessa coleção estava na animosidade sutil proposta por Victor, das cores e texturas desse inverno 2015 super elegante. As franjas além da livre referência ao traje country e ao bohemian chic vem representando os fios das crinas dos cavalos igualmente no brilho, no comprimento e no impacto visual, feita com fios de sedas costurados a mão, um a um. O plissado soleil lindíssimo estava presente nos vestidos e nas saias midi, de uma elegância estonteante. O casaco jogado nos ombros passa uma ideia de fragilidade extrema dessa mulher, mas ao mesmo tempo mostra a força da personalidade dela, como se ela andasse por esse inverno protegida por um casaco masculino - já que o trench coat bebe da alfaiataria masculina - e não fosse necessariamente do seu guarda-roupa, como se ela dissesse, "Eu sou forte mas não vou usar roupas masculinas para provar isso". A fluidez dos vestidos de seda pura devorê combinam perfeitamente com a assimetria metódica e natural que quase se iguala ao couro malhado de um equino perfeito. A sobreposição é super presente no inverno Dzenk, e é ai que ele brinca com a modelagem das saias e a proporção das barras dos casacos, dos ponchos e das franjas, que de alguma forma passou a sensação da montagem da sela no bicho, quando várias camadas de tecido, tapete, couro, nós, cordas e sela preparam o mangalarga para ser montado. A força da mulher de Victor Dzenk não abandonou a sensualidade reveladora e costumeira do design de outrora do estilista mineiro, mas sim o contrário, mostrou ser feminina e elegante dona de um mistério igualmente sexy, mas definitivamente sem ser vulgar.











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